quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Poesia do Jovem Moderno

Poesia do Jovem Moderno

Venham ver o que muitos queriam fazer;
Gritar pelas ruas, transcender
Como uma perua desvairada
Que dorme na parada
Entrega-se ao momento
E esquece-se da estrada.

Já o medo da vida social
Do chique a padecer
Da vontade de dar o corpo
De entregar-se ao prazer.
Quantos sonhos de consumo
Os homens procuram ter
E vivem assim sem rumo?

Consumismo, contas a pagar, SPC,
Talvez, um bom emprego
Seja a fonte de realização
Para quem não tem o que fazer
Que pela vontade de beber
Entrega-se à depravação
E não teme se morrer.

Jovens que se iludem
Na vida que todos querem
Mas, que no fim não aderem
O corpo perdeu a graça
Já não tem mais aquela massa
A idade devastou
E a pelanca que restou
Um romântico, idealista
Foi quem reaproveitou.

Prostitutas, assim sejam
E só os donzelos é que reclamam
Pois, se ninguém os amam
A injustiça é procurar migalhas.
Raparigas, rodadas,
Por muitos possuídas
E até mesmo o virgem
Que a trata como moça
Se depara com a desilusão
No fim quando muitos a comeu
Esse otário se rendeu
E com ela faz união.

No viço e no vigor,
Dá a todos, se exalta
Enxerga todos lá da alta
E rebaixa os que esperam seu sim
E quando sua beleza chega ao fim
Recorrem aos idiotas
Que perdem tudo o que conquistou
Para sustentar quem ele adotou
Como mulher em sua vida.

Por isso que no auge se exaltam
Enquanto por muitos é desejada
Porém, na hora marcada
Da idade, da decadência
Se aquecem na ciência
E comportam-se com os otários
Com quem antes fazia chacota
E sórdidos comentários.

sábado, 27 de novembro de 2010

Flávio Hora: Um Homem Apaixonado (Carta II)

Carta II

Esquecido no mundo...
Tão severo e cheio de caminhos...
Uma busca se fez e uma esperança
Da qual será enfeitado minha estrada,
Dos sonhos todos que tive
Já não lembro de mais nada...

Pergunto a mim mesmo:
De onde vem tanta paixão...
Essa que me arrebata
Entre os meus ideais
Como uma ciência exata
Onde o barulho é a fonte
Da solidão que mata...!?

Olho para fora de mim
E vejo que lá dentro
Se espelha, e eu sinto
Desse tempo uma falta
De amor, ah minto....
Olho pro céu e lembro...

Mas, de tudo o que pressinto
No meu mundo desenganado
É que tudo o que creio
Seja, por receio...
Sem pudor duvidado
E antes que eu me encontre
Faça-me a vida um sorteio...!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Flávio Hora: Um Homem Apaixonado

Carta I

Quantos versos esquecidos
Escrevi e nem mesmo eu pude ler...
A musa estava dormindo,
A pena já não sentia prazer
O papel aos poucos sumindo
Amarrotado do meu sofrer.

No mundo das minhas andanças
De tudo aquilo que passou
Hoje, só resta lembranças
Mitos, boatos e saudades
Romances raros e esperanças
Na solidão dos meus anos
Onde só tenho perplexidades
E tristes desenganos.

E a paixão natural,
Fonte que brota do meu ser,
Cuida em me manter aceso
Em me dar esse prazer
Contemplar tudo que é belo
Admirar sorrisos
Colecionar olhares
E construir o meu castelo...

E assim,
Tão apaixonado como agora
Vivo a sonhar com meu mundo
Diferente de outrora
Com um sentimento profundo
Que o tempo revigora:
O desejo fecundo...!

domingo, 24 de outubro de 2010

POESIA DE NINAR PARA EU MESMO DORMIR...

Olho para o céu,
Vejo a lua e vejo estrelas,
Mas, a inquietude do tempo
Desfaz o meu pensamento
Que em busca de outro momento
Espera a luz do dia...
Que nasce, como a poesia
Do sono que não chega...

E se eu imprimisse meu sentimento
Como um carimbo no papel
Desbotado, vítima do esquecimento,
Registraria um acalanto
Cheio de suspiros, maior encanto
Corpo de desejo e gemido...!

Rezo então, procuro uma luz
A mesma de outrora
Íntima que me fortalece...
Só Deus é quem é bom pra mim
Só ele ouve minha prece
A minha noite é assim...

Temperada pela inspiração
Entre lembranças e saudades,
Leituras de pensamentos
E antes que o dia amanheça
Sonho acordado, para que eu nunca te esqueça!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

POEMA DE NÃO SE RECITAR

Para que escrever,

Para que vivo a buscar

Inspiração? Ah , como dói lembrar

De que não se lembram

Aqueles que não sabem cantar...!


Quando eu sonhei

Fui chamado de louco, sem razão...

A poesia do meu tempo

Já não era a fruição

Mas, a mercadoria do ato

Dessa nova recitação...


Quando eu acordei

Convertido de pura inspiração

Senti a pena pesada

Já não queria a minha mão

Senti-me um poeta inútil

E a poesia que eu tanto estimei

Virou obra fútil


E os espectadores fora de si

Esqueceram de olhar para mim

Disfarçados pela maravilha

Da convenção de valorizar

O artista, de práxis,

Eles tinham que falar...


Falaram de mim

E não leram a poesia

Deixaram para o outro dia

Essa hora de sonhar

Só para não ter que lembrar

Que é arte e é minha...

São descrições da alma

Calada e sozinha!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

COMO SE NÃO FOSSE

F. J. Hora, 25-12-2008

Como se não fosse natal,
Escandalizo-me com meu pensamento
Pois, ele em mim está atento
A um desejo bom, mas fatal
E para mim não há mais mal
Do que esse meu tormento!

Como se não fosse desejo
Queria que fosse amor
Porém, bem sei que não é
É paixão de homem com mulher
É emoção, solidão ou dor!

Dentro de mim uma longa tortura
A imaginar-me no leito
Com ousadia e pouco respeito
Ao ver tamanha figura
Do objeto do meu desejo
Que não me satisfaz com o beijo
E sim toda a ternura.

Como se não fosse o que é
Queria que fosse o que já foi
Não quando vivia na solidão
Dos meus pensamentos,
Mas, livrar-me dos ventos
Dessa minha triste ilusão.

É ilusão, mas não queria
E para mim a canção soa
Essa triste e suave melodia
Como se não fosse a poesia
Que me lembra uma pessoa.

Não posso morrer de paixão,
Tampouco mataria-me o desejo,
Mas, de amor seja a solução
Que enquanto eu tiver nessa prisão
Não quero do mundo outro estado
Amando sem fim, sem parar
Porque para mim não morre
O que como o rio, corre
E seu destino é o mar
O mar, amar e amar!